O que é a leishmaniose canina?
O principal foco de ação da Leishmania no corpo de um cachorro é nas células responsáveis pela proteção do animal, ou seja, seu sistema imunológico. A partir dali, a doença pode atingir uma série de outros órgãos e partes do corpo, gerando sintomas diversos. A leishmaniose canina se divide entre as apresentações cutânea e visceral, mas nos animais é sempre do segundo tipo. Ela não é contagiosa: a transmissão depende de um único vetor, o mosquito palha, que precisa picar um animal infectado para adquirir a Leishmania e contaminar outros animais e humanos em uma segunda picada. Como o mosquito costuma colocar os ovos em locais ricos em matéria orgânica, a leishmaniose acaba sendo uma doença mais comum em áreas com baixo saneamento básico.
Leishmaniose canina: sintomas envolvem todo o corpo do animal
Uma das principais dificuldades no diagnóstico da leishmaniose visceral canina é encontrada na grande variedade de sintomas que o animal pode ter ou não: em alguns casos, seu cachorro pode ter sido contaminado, mas não demonstrar. “De maneira geral, a leishmaniose é uma doença de sinais clínicos bastante inespecíficos que pode atingir todos os cães, independente da raça”, explicou Priscilla. Ela adiciona: “Entre alguns sintomas estão as alterações dermatológicas (machucados e feridas que não saram, lesões, embranquecimento e descamação da pele), emagrecimento rápido e exagerado, crescimento anormal das unhas, atrofia muscular, alterações oculares (secreção, incômodo e piscadas, todos em excesso), queda de pelos, vasculite e, até mesmo, alterações renais, gastrointestinais e neurológicas em casos mais evoluídos”. Novos sintomas, como vômito, diarreia e dificuldade para fazer xixi podem surgir de acordo com cada área afetada pelo Leishmania.
Por ser uma doença que atinge o sistema imunológico do animal, também é comum que ele pegue outras doenças enquanto está com a leishmaniose canina, já que seu corpo está enfraquecido e não consegue se proteger normalmente. Quando o animal não melhora mesmo depois do tratamento, o profissional e os tutores podem começar a considerar a leishmaniose.
O diagnóstico da leishmaniose canina
Justamente por causa da grande variedade de sintomas, a leishmaniose canina é uma doença que não pode ser diagnosticada com precisão apenas depois da consulta. “É interessante, para concluir o diagnóstico, além da anamnese, um conjunto de fatores como exames físicos, clínicos e de sangue”, explicou a profissional.
O tipo de exame mais comum para o diagnóstico preciso da leishmaniose envolve a observação do protozoário: retiram, do animal com suspeita de infecção, um pedacinho do corpo ou células de um órgão debilitado e, pela análise em laboratório, determinam se há ou não influência da Leishmania na amostra retirada. Exames de sangue que detectam se há DNA da Leishmania entre as células no animal ou fazem a contagem dos níveis de anticorpos específicos para combater o protozoário em seu corpo também podem ser utilizados.
Leishmaniose canina tem cura?
Como o animal infectado é hospedeiro do protozoário causador da leishmaniose, por muito tempo, ao ser diagnosticado com a doença, o cachorro era sacrificado porque a cura completa não existe. Hoje em dia, porém, existe um remédio para leishmaniose canina que trata os sintomas e impede que o animal se torne um transmissor da leishmania mesmo sendo picado pelo mosquito palha. Assim, o cachorro pode viver de forma saudável e com qualidade de vida por mais tempo. Mesmo assim, o medicamento é caro e o animal infectado vai precisar de acompanhamento constante com o veterinário — não apenas no momento em que for diagnosticado e precisar tratar os sintomas que se manifestam.
As formas de prevenir a leishmaniose canina
Já que a leishmaniose não pode ser completamente curada, a prevenção acaba sendo super importante no combate aos sintomas e à transmissão da doença. Uma das principais formas de prevenir é a vacina: leishmaniose canina é uma das doenças que tem a imunização indicada para animais que vivem nos pontos de proliferação do país. “Acima dos quatro meses de idade, o animal está apto para tomar a primeira dose da vacina, mas antes de vaciná-lo é importante que se faça um exame que comprove que ele não tem a doença”, explicou Priscilla. A vacina é dividida em três doses com um intervalo de 21 dias entre cada uma delas.
Além da vacinação em dia e da manutenção da saúde do animal, você também pode usar outros truques para protegê-lo da leishmaniose, como enumerou a profissional: “Medidas de higiene para evitar a procriação dos mosquitos palha, o uso da tela de proteção e os diferentes tipos de repelentes para o animal (que vão impedir a picada do mosquito são outras maneiras de prevenção da doença”.
Fonte: Patas da Casa