Seu cãozinho tem o mau hábito de comer as próprias fezes? Pois saiba que a coprofagia em cães — como é chamada essa condição — é algo muito comum, mas que ainda impressiona e causa constrangimento para muitos donos de pets.
No entanto, apesar de recorrente, esse tipo de comportamento necessita de acompanhamento veterinário para que se possa fazer o tratamento adequado do animal.
O que é coprofagia em cães?
A palavra coprofagia deriva da junção dos termos em latim “copro” (que significa fezes) e “fagia” (que significa ingestão), e se caracteriza pelo hábito do cão comer as próprias fezes ou as fezes de outro animal.
Esse comportamento pode ocorrer por motivos patológicos, comportamentais ou mesmo instintivos, visto que o cão não tem nojo das fezes como os seres humanos e entendem elas como possíveis alimentos com grande volume de nutrientes.
Quais são as causas?
Existem muitos fatores que levam o animal a desenvolver o distúrbio. As principais causas são:
1) Problemas Fisiológicos
Quando o animal apresenta problemas gastrointestinais ou digestivos, como insuficiência de produção de enzimas digestivas, e não consegue digerir alguns tipos de nutrientes, as fezes podem apresentar um aspecto visual atrativo para ele.
2) Verminose
A coprofagia também pode ser indício de verminose. Os parasitas presentes no intestino do animal consomem os nutrientes ingeridos e, para supri-los, o cão ingere as próprias fezes.
3) Alimentação problemática
Outras razões que podem causar o distúrbio estão relacionadas à alimentação do seu pet. Dietas com baixos níveis proteicos ou ricas em carboidratos e fibras contribuem para o desenvolvimento do distúrbio.
Além disso, se o cão passa muito tempo sem comer ou sente fome, ele se alimentará do que tiver à disposição — que, na maioria dos casos, são as próprias fezes.
4) Ansiedade e estresse
Não são só os seres humanos que sofrem com os sintomas da ansiedade e do estresse. Os cãezinhos também podem apresentar doenças psicológicas, que têm como sintoma a coprofagia.
Um dos motivos mais comuns que causam medo e tristeza no animal é o fato de ficarem sozinhos por muito tempo ou serem mantidos em espaços extremamente pequenos e sem qualidades básicas para sobrevivência.
5) Punição excessiva
Se o dono dá broncas exageradas frequentemente devido ao local onde o animal defeca, ele pode desenvolver a coprofagia para esconder as fezes e evitar a punição.
6) Organização do espaço
Quando o lugar de defecar do animal fica próximo ao local onde ele deve comer, brincar e dormir, pode haver uma confusão e maior propensão de desenvolvimento desse comportamento.
7) Necessidade de atenção
Muitos cães gostam de chamar a atenção de seus donos e descobrem que, se comerem suas próprias fezes, conseguirão atingir esse objetivo.
8) Maternidade
Quando uma fêmea dá a luz aos seus filhotes, o hábito de comer o cocô da cria é normal, pois ela quer deixar o ninho limpo e evitar que predadores sejam atraídos pelo odor das fezes.
Neste caso, a coprofagia é transitória e faz parte dos instintos naturais do animal.
9) Infância e brincadeira
Quando filhote, o cão é curioso, gosta de brincar e descobrir o mundo com a boca. Por isso, ele acaba comendo terra, gravetos e as próprias fezes.
Geralmente, essa é uma fase passageira. Mas, mesmo depois de adulto, se o animal se sentir entediado, pode usar as fezes como brinquedo para passar o tempo e ingeri-las.
Como tratar a coprofagia?
Assim que perceber o distúrbio, o dono deve procurar ajuda de um médico veterinário de confiança para que ele possa examinar o animal e descobrir o motivo que o está levando ao hábito de comer fezes.
Depois de identificada a razão da coprofagia, ele indicará medicamentos adequados no caso de patologias ou proporá mudanças de hábitos essenciais para acabar com o problema.
Apesar de natural, é preciso ter o cuidado de buscar ajuda, visto que as fezes podem ser fonte de vírus, bactérias e vermes, comprometendo a saúde do animal.
Algumas das principais medidas propostas para tratar o distúrbio são:
- ofereça alimentação balanceada e própria para cães para evitar falta de nutrientes ou excesso de fibras e carboidratos nas fezes. Para escolher a melhor ração, siga as orientações do seu veterinário;
- dê comida ao animal em horários regulares e na frequência recomendada pelo veterinário para evitar que ele passe fome. A quantidade pode variar conforme a idade, porte do animal e tipo de ração;
- disponibilize um local adequado para deixar a ração do cãozinho, longe do lugar onde ele usa como banheiro e cantinho do descanso e lazer;
- não dê broncas excessivas quando o animal fizer cocô no local errado, para que ele não desenvolva a coprofagia por medo de ser descoberto. Também não grite ou bata no cão quando ele comer as fezes, pois o pet não entenderá a bronca e ficará ainda mais confuso, podendo aumentar o hábito indesejado;
- não deixe seu pet sozinho por muito tempo. Quando for viajar, procure alguém que possa ficar com ele, ou deixe-o em um hotel para cães;
- dê doses diárias de atenção, amor e carinho para que o bichinho se sinta amado e acolhido. Brincar por alguns minutos e levá-lo para passear são atitudes simples que fazem toda a diferença para a saúde dele;
- disponibilize brinquedos para cachorro como bolas, bichinhos, dentre outros acessórios que podem ser adquiridos em qualquer petshop, para que o animal tenha com o que brincar e se entreter;
- recolha rapidamente as fezes do cão, deixando sempre o quintal e casa limpa, mas evite retirá-las na frente do animal, pois ele pode achar que é uma competição de quem pega o cocô primeiro;
- procure regularmente o veterinário para que ele possa fazer exames e acompanhamento periódico da saúde do seu pet.
Conhecendo as principais formas de evitar a coprofagia em cães, fica muito mais fácil evitar o problema e manter a saúde do seu pet sempre em dia.
Fonte: Vetquality