Há milhares de anos o vínculo entre humanos e animais vem se intensificando de maneira que os animais de estimação, hoje tornaram-se integrantes da família.
Fiéis, fazem companhia, ajudam pessoas com depressão a se sentirem melhores e menos solitárias, treinados podem ser os olhos de seu tutor deficiente visual. Com tamanha importância na vida dos seus tutores, quando um animal de estimação morre, abre-se uma lacuna capaz sim de dar início a um doloroso processo de luto.
A apatia no luto pela perda de um pet
O problema é que a sociedade criou regras estabelecendo quando, por quem, quem, onde, quanto e como se enlutar e tais regras classificam o relacionamento destes tutores com seus pets como insignificantes, negando a eles o direito de enlutar-se. Quando esse sofrimento não encontra acolhimento estamos diante de uma perda não reconhecida ou de um luto não autorizado.
É comum que estes enlutados escutem coisas como: “Você está chorando por isso?” ou “Era só um bicho” ou “Você sofre como se ele fosse gente” ou “Mas era só um pet”… Diante dessas críticas o enlutado se sente inadequado e envergonhado e passa então a esconder suas emoções tornando a experiência ainda mais difícil de ser elaborada e aumentando o risco de apresentar complicações do luto.
Na perda de um pet, o enlutado tem reações semelhantes aos enlutados pela perda de um ente humano.
Apesar do grande desconforto que causa, o luto não é doença, é um processo de elaboração de uma perda e adaptação a uma nova realidade, agora sem a presença daquele ser amado. Ao se perder um ente querido, seja ele humano ou animal, estão presentes várias perdas secundárias, como a perda do amor e do convívio.
Mesmo não sendo doença, inspira cuidados, merece atenção, deve ser reconhecido e acolhido, deve ser expressado e compreendido para que o enlutado não adoeça.
O luto pela perda de um pet é comum e deve ser reconhecido como qualquer outro.
Fonte: Angelus